quarta-feira, 21 de março de 2012

DE UMA MARGEM À OUTRA

A Ponte de Olina, construída em 1522, sobre o rio Panaro, na comuna de Pavullo nel Frignano, província de Módena, Emília-Romanha, Itália. Fonte: Wikipedia.

Seus olhos, a luz. Seu olhar, a Vênus. Seus olhos, contrastes. Seu olhar, o movimento dos pés dela nas águas daquele rio, corrente, rio, constante, rio, caudaloso, rio, Amazonas, rio, Grande do Sul, rio, Iguaçu, rio, de Janeiro, rio, cá é rasinho rio, o Jordan’s. Seus olhos, reflexos. Seu olhar, a passagem de uma margem à outra, um pulo, raso, um salto, raso, uma caminhada pelo leito dela, do rio, pela beira dela, do rio, por dentro do rio, o Panaro, afluente do Pó, daquele que viestes e daquele que, não, ainda não. Seus olhos, líquidos. Seu olhar, a bolsa no ventre dela, madonna, a bolsa ou a vida, como se escolha houvesse. Seus olhos, semi-abertos, semicerrados. Seu olhar, mesmo no sono, em sonhos, o sorriso dela disfarçado, aquele que lhe fez dar a volta, desfigurado, entrecortado, as cordas do cordão rompido, o umbilical, a vida em haver, créditos de um débito. Seus olhos, é dia. Seu olhar, é tempo. Para seus olhos, um vulto. Para seu olhar, Maria Flandi. Mia donna.

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